terça-feira, 11 de novembro de 2008

Adoção


Bom, eu nem tô tão animada pra posts, mas li o blog da mama (blogagem coletiva - que eu nem sei direito o que é) sobre adoção e pensei rapidamente sobre isso, que sempre tive vontade mas nunca fiz nada pra por em prática, nem procurei informação sobre, além do que Eder tem um pouco de receio apesar de também ter vontade. Mas o pensamento logo foi embora.
Mais tarde organizando uma fotos no computador achei umas pastas com as fotos de Dudu e fiquei pensando sobre ele e resolvir contar pra vocês.
Eu e Eder sempre tivemos vontade de fazer coisas em prol de lguém que precise, mas parece que sempre que tentamos nos decepcionamos, acho que fazer algo pelas pessoas tem que ser realmente sem nenhuma expectativa, sem apego e isso eu ainda não consegui alcançar, faço o que sinto, mas quando vejo que não há um reconhecimento desanimo. Não que faça pelo reconhecimento, mas é difícil você ajudar quem não quer ser ajudado, apenas acha que quer.
Bom a história de Dudu foi a seguinte:
Numa viagem pro interior da Bahia - onde nasci - comentei com uma tia que gostaria de adotar uma família (ajudar financeiramente) e resultou que comecei a ajudar Dudu e a mãe dele que passavam por uma situação muito ruim. Volta e meia cogitava a possibilidade deles morarem comigo, finalmente fizemos a proposta pra mãe e ela aceitou e as condições seria as seguintes:
Eles viriam morar aqui ela viria pra trabalhar comigo, reeberia por isso e eu arcaria com tudo relacionado a Dudu (saúde, educação, alimentação, vertuário...emfim tudo!), mas deixei sempre bem claro: eu não quero ser mãe de Dudu, a mãe dele é você. Também sempre deixei bem claro que ela não seria tratada como empregada, nos acompanharia em todas as atividades da familia e tudo mais, mas teria obrigações, no entanto Dudu teria prioridade nas coisas.
Afe gente, mas foi 1 mês de estres, ninguém aguentava mais, nem quem vinha nos visitar, nem eu nem Eder, ninguém porque a mãe não conseguia vislumbrar a oportunidade que o filho dela estava tendo sem ao menos ter que se separar dele e não fazia nenhum esforço pra que isso acontecesse. Sem contar que judiava dele demais, batia, deixava com fome, afe não gosto nem de lembrar...
A gente conversava com ela, explicava, mostrava, até que um dia ela virou e disse que pobre tem que sofrer mesmo... mostrei pra ela as fotos de quando casei, que ela tava me vendo numa situação boa, mas que eu tb já passei fome, que quando eu casei passei um ano com um colchao e um fogao, sem geladeira, mesa, radio, televisão, cama, armário nada... Mas que aproveitei as oportunidades que apareciam pra mim. E fomos tentando, tentando... Eder já estava num estado de nervosismo que proibiu a entrada de Dudu no nosso quarto porque não aguentava mais ver as quedas e o desleixo dela com ele. Nós saiamos e eder ficava na rua apavorado com o que poderia estar acontecendo em casa, se chegariamos e Dudu estaria bem. Eu tentava entender que ela não teve a mínima instrunção, mas a gente falava ela fechava a cara e achava ruim ou simplesmente entrava por um ouvido e saia pelo outro. Tentamos, tentamos, mas não dava mais pra presenciar aquilo, foi o que eu disse a ela: ela é a mãe dele... não eu. Eu estava disposta a instruir, ajudar além da ajuda financeira, mas não ia criar o filho dela sozinha, ela tinha que ter compromisso, nçao tinha pretensão de te tirá-lo dela, queria ensiná-la a ser mãe e aprender junto com ela.
Era duro ouvir Dudu chorar o dia inteiro, não por ele, afinal ele tinha 1 ano... mas porque sabiamos que era negligencia da mãe, sabiamos que ele chorava de fome (e não era por falta de comida), ou de sono ou simplesmente de tédio porque ele não era incentivado com nada.
Desculpem estar escrevendo essas coisas tristes, mas acho que eu mesmo precisava entender certas coisas, entender que ainda não cheguei nesse nível de doação ao próximo.
Uma frase que ela disse me marcou muito: eu disse pra ela que uma crianaça de 1 ano não entende o que significa um tapa e por isso ela não estava ensinando nada a ele ai ela me respondeu: mas eu não bato de murro não... Afe...
E isso durou um mês e eu fiquei frustrada porque gostaria muito de encaminhar uma criança que muito dificilmente terá um futuro digno, será mais um ignorante em todos os sentidos, porque é isso que ele tem como exemplo. Eu queria muito poder ajudá-lo mas a propria mãe parecia não querer era um conflito muito grande uma mãe que quis levar uma gravidez adiante e batia no peito se orgulhando disso, mas que não colocava em prática esse amor... Eu continuo querendo achar que era ainda muita ingenuidade, continuo querendo acreditar que as intenções não eram as piores... mas eu não aguentei...
è só mais um desabafo... desculpa mais uma vez por trazer mais textos grandes e tristes ... é mesmo só mais um desabafo...

obrigada por me "ouvirem" e quem não teve saco de ler obrigada por não desistir de mim e vir aqui sempre dar um espiadinha..
beijos
essa escuridão logo passa

10 comentários:

Hazel Evangelista disse...

Não podemos mudar o mundo, Eva.
Este post foi triste.
Sou muito sensível em relação a assuntos de crianças. Desde que tive o meu filho, fiquei assim.
Não consigo ver o noticiário, porque fico mesmo muito transtornada. Então, escolhi fechar-me e criar barreiras para as coisas feias do mundo, as quais não posso alterar, e conectar-me só com as bonitas e pacíficas. Só assim consigo ser feliz.

Talma disse...

Evinha, sou meio como a Hazel: fecho minha casa e minha vida para as maldades que existem no mundo. Acho que cada um tem sua cruz e acredite - cada um leva a cruz que suporta carregar,porque todos viemos aqui para isso.
Uma coisa que também aprendi: tudo tem seu tempo certo...se a criança não sabe ler, não adianta querer dar-lhe um livro, porque não será bem aproveitado. Faça sua ajuda aos poucos.
Você quer ajudar esse menino? Mande uma quantia qualquer para a conta de alguém de sua confiança e peça para ele( ou ela) reverter esse dinheiro em brinquedos e roupas todo o mês para o menino, mas que sobre sempre algum para a mãe (como motivação, entende?). Então se vc mandar cinquenta reais, peça para gastarem vinte de brinquedos ( acho que criança tem que ter brinquedos), os outros vinte em roupas e algumas frutas e os dez restantes para a mãe. Certifique-se sempre de que o menino está bem e pronto...um dia ele te agradecerá, talvez até um dia vc possa ajudá-lo no mais importante: nos estudos.
Se vc não quer mais se envolver nessa questão específica, existe uma forma de ajudar. Não sei sua religião, mas uma cesta básica numa instituição que ajuda famílias carentes, todo o mês, é uma ajuda e tanto, acredite.
Não se culpe nem culpe a mãe, ela ainda não está em condições de ler o livro , porque ainda não sabe ler. Mas o menino precisa de você. Precisa de alguém que se importe com ele.
Pense nisso.
Beijocas!

Raquel de Souza disse...

Comovente o seu post...desejamos ajudar o proximo, mas cá pra nós, são poucas as pessoas que efetivamente fazem algo a respeito.
Te parabenizo pela coragem em ao menos tentar fazer a diferença na vida de alguém.

P.S:Se quiser me adotar, estamos aí.rsrsrsrsrs

Raquel de Souza disse...

Comovente o seu post...desejamos ajudar o proximo, mas cá pra nós, são poucas as pessoas que efetivamente fazem algo a respeito.
Te parabenizo pela coragem em ao menos tentar fazer a diferença na vida de alguém.

P.S:Se quiser me adotar, estamos aí.rsrsrsrsrs

Rosangela Neri disse...

Tenha fé... não desista nunca dos seus ideais, seja forte!
Que Deus acompanhe sua semana! bjs

Margaretss disse...

poise...uma situacao complicada e que acompanhei...mas eu acho que pra ajudar a ajuda tem que te fazer se sentir bem...nao importa o sentimento de agradecimento ou nao do outro lado...
agora uma ajuda que ao inves de fazer a pessoa se sentir bem, piora a vida, se estressa, so traz problemas é ajudar de um lado e se desestruturar do outro...
mas tudo tem seu tempo...
te amo e beijos nesse coraçaozinho

Chez POPI disse...

oW eVINHA, Q TRISTE NÃO?!! AI MENINA dEUS MEU...SÓ IMAGINO A SUA SITUAÇÃO, DIFICIL E PIOR É Q NÃO DA PRA TER SANGUE DE BARATA. o PIOR É A IGNORÂNCIA DA PESSOA QUE NÃO AGARRA UMA OPORTUNIDADE DE CRESCIMENTO DESSAS E SÓ OLHA PARA O SEU UMBIGO, PORQUE SEM DUVIDA O Q ERA MAIS IMPORTANTE ELA NÃO VIU...o dUDU...
bJUS
POPI

Luciana disse...

Oi Eva, cheguei aqui através do Mäe Gaia.
Lendo esse seu post não me contive em também comentar. Fiquei imaginando que sorte a sua e do seu marido de não terem se envolvido em um problema maior do que apenas o stress que aconteceu. Colocar uma mulher estranha com uma crianca pra viver dentro da sua casa, é realmente muita coragem.
Acho maravilhoso ajudar as pessoas, mas para mim não de forma que eu me envolva tanto assim, e se possível anonimente é melhor.
Quando eu era jovenzinha tinha um menino que olhava os carros no estacionamento de um supermercado, e ele sempre pedia alguma coisa quando eu passava, era meu caminho diário. Às vezes eu dava alguma comida, outras vezes levei umas roupas, mas não tinha condicões de dar coisas a ele toda semana. E assim ele foi crescendo, eu sempre passava, cumprimentava e tal. Um dia ele me pediu umas roupas, e eu não tinha pra dar, e depois ele me ameacou, e ficou ameacando sempre que eu passava lá. Mudei meu caminho, dava voltas no quarteirão, depois não o vi mais por lá, deve ter feito o mesmo com outra pessoa que tomou alguma providência, não sei. Mas fiquei com medo dele.
Uma pena não podermos confiar nos outros a ponto de nem podermos ajudar.
Beijo

Simone disse...

Eva,parabéns pela iniciativa...o mundo realmente está precisando de pessoas como você!Mesmo se vc não tenha conseguido conviver com essa situação...valeu a intenção!
Tbm temos pensado em adotar uma criança ( eu e o marido)mas como pensamos em adotar uma criança maior( pq pegar um bebê é fácil,mas e as outras crianças que crescem em orfanato?)mas estamos pensando bem,pe sabemos que a situação não será fácil,até pq eu tenho uma filha.Mas não desanime,continue tentando!!
Beijos

.. disse...

Evinha.. leí atentamente tu historia y es muy lindo lo que hiciste (si bien es triste también)
Lamentablemente no podemos ayudar a todos los que lo necesitan pero tenés que estar tranquila pensando que hiciste lo que estaba al alcance de tu mano♥
Te mando un beso grande y aprovecha el fin de semana para recargar un poco de baterías, besosss♥♥

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