O filosofo Artur Danto faz essa afirmação de que a arte morreu, mas não apenas isso, sua morte foi responsável pela sua emancipação: A arte deixa de se impor limites:qualquer objeto visual pode se tornar obra.
Hoje dando uma lida nos blogs de fotografia, me deparei com um texto da Simonetta Persichetti, sobre uma discussão em torno da morte da fotografia, achei muito pertinente sua colocação contraria a essa afirmação.
No meu entendimento não houve morte da arte e não haverá da fotografia, houve (e continuará havendo) ressignificações, novas formas de atuação e de reflexão.
Acredito que todo advento que traz mudanças (grandes ou pequenas) causa estranhamento, e em torno deste estranhamento também muita especulação, discussão, mas as coisas não acabam elas se transformam, evoluem, sem necessariamente deixar de existir. E porque não viver o novo e usufruir das suas facilidades, explorar novas possibilidades ou mesmo revisitar e reinventar coisas antigas/tradicionais nos moldes do novo?
As vezes penso que a habilidade do fazer técnico se sobressai diante da habilidade da reflexão.
Ambos têm seu lugar, o cuidado com a execução é muito valioso, mas ato sem um porque torna-se vago, talvez fútil.
Klein é também conhecido como fotógrafo, Saut dans le vide (Salto no Vazio), que aparentemente mostra-o pulando um muro, braços abertos, em direção da calçada. Klein utilizou a fotografia como evidência de sua capacidade de realizar uma viagem lunar sem auxílio. De fato, Saut dans le vide foi publicada como parte de panfleto de Klein (o artista do espaço) denunciando as expedições lunares da NASA como arrogantes e estúpidas.
O trabalho de Klein gira em torno de um conceito influenciado pela tradição Zen que ele denomina le Vide ou em português: “o Vazio”. O Vazio de Klein é um estado similar ao nirvana, livre de influências do mundo, uma zona neutra em que as pessoas são induzidas a concentrar-se em suas próprias sensações e na “realidade”, e não na “representação”. Klein apresentou sua obra sob formas que a arte é reconhecida, pinturas, um livro, uma composição musical, mas removendo o conteúdo esperado destas formas, pinturas sem imagens, um livro sem palavras, uma composição musical sem composição de fato, restando apenas o meio de expressão artística, tal como ele é. Desta forma ele tentou criar para sua platéia uma “Zona de Sensibilidade Pictórica Imaterial”.
Ao contrário de representar objetos de um modo subjetivo e artístico, Klein quis que seus temas fossem representados por suas impressões: a imagem de suas ausências. O trabalho de Klein reporta-se intensamente a um contexto teórico e de história da arte, mas também metafísico e filosófico, e em seu trabalho ele visou combinar estes contextos. Ele tentou fazer sua audiência experimentar um estado em que uma idéia poderia ser simultaneamente “sentida” e “entendida”.
Texto retirado de: http://rodrigodearaujo.wordpress.com/2009/03/28/yves-klein/
Um comentário:
No início do séc. XX, nos EUA, alguém propôs que se fechasse a casa de patentes, pois, não havia nada mais a ser inventado; isso depois da câmera fotográfica, televisão, telefone. De lá para cá tivemos o celular, PC, internet, câmera digital, etc. e etc.
Enquanto o homem existir, existirão mil possibilidades de se reinventar o mundo através da arte. Não me cansarei jamais de ver o mesmo cachimbo (isto é um cachimbo – isto não é um cachimbo) em tamanhos diferentes, cores diferentes, espaços diferentes, funções diferentes. Como diz o filósofo Artur Rios, a arte é uma das poucas possibilidades que temos para perceber que a vida é mais do que aparenta.
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